Primeira Leitura: Primeira Carta de
São Pedro 1,18-25
Caríssimos, sabeis que fostes resgatados da vida fútil
herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou
ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem
defeito. Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final
dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. Por ele é que alcançastes a fé em
Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e
esperança estão em Deus.
Pela obediência à verdade, purificastes as vossas almas, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor. Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente. Com efeito, “toda carne é como erva, e toda a sua glória como a flor da erva; secou-se a erva, cai a sua flor. Mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada no Evangelho. - Palavra do Senhor.
Comentário: Para os cristãos, o evento da
morte e ressurreição de Cristo tem a mesma ressonância do evento do Sinai para
Israel. Deste se origina todo o Antigo Testamento sobre o primeiro se funda
todo o Novo. O cristão crê em Deus e entra, pelos sacramentos e pela fé, no
podo de Deus, porque Cristo – verdadeiro cordeiro pascal – morreu e ressuscitou
por ele, e esta morte e ressurreição lhe são continuamente anunciadas por uma
palavra viva e eterna. Esta palavra, como semente incorruptível, regenera para
a vida – de intenso amor fraterno – todos os que se curvam “à obediência da
verdade”. É este o “evangelho”, palavra da “boa-nova”, fonte de nossa alegria. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 147(148),12-13.
14-15. 19-20 (R. 12a)
Glorifica
o Senhor, Jerusalém!
Glorifica o Senhor,
Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as
tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.
a paz em teus
limites garantiu te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens
para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.
Anuncia a Jacó sua
palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho,
a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Marcos 10,32-45
Naquele tempo, os discípulos estavam a caminho, subindo para
Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados,
e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou
de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com
ele: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai
ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à
morte e o entregarão aos pagãos. Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e
matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”.
Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram:
“Mestre queremos que faças por nós o que vamos pedir”.
Ele perguntou: “Que quereis que eu vos faça?” Eles responderam: “Deixa-nos
sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!”
Jesus então lhes disse: ‘Vos não sabeis o que pedis. Por acaso
podeis beber o cálice que eu vou beber? “Podeis
ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” Eles
responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que
eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. Mas
não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para
aqueles a quem foi reservado”.
Quando os outros dez discípulos
ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João, Jesus os chamou e disse: “Vós
sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas,
entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; e quem
quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Todas
as pessoas querem, e muito, participar da glória de Deus, mas poucas pessoas
querem assumir um compromisso maior com o reino de Deus. O evangelho de hoje
nos mostra um pouco isso quando Jesus anuncia o mistério da cruz, mas os
discípulos estão mais interessados na sua participação na sua glória. Assim,
nos dias de hoje nós vemos muitas pessoas exaltando o amor de Deus, cantando os
seus louvores, mas sem o menor compromisso com o serviço ao Reino de Deus,
principalmente no que se refere à questão dos pobres, dos sofredores, dos
marginalizados e dos excluídos. Todos querem ser os maiores, mas poucos estão
dispostos a servir. (CNBB)
Os
discípulos enganavam-se ao considerar Jesus como um Messias poderoso, disposto
a restaurar o reino davídico no seu antigo esplendor. O interesse de Jesus
superava a simples reversão da ordem político-social. Na qualidade de servidor,
seu intento era recuperar o senhorio de Deus no coração humano, de maneira a
começar aí a "revolução" que lhe interessava. Ele estava destinado a
beber não a copa dos reis, e sim, o cálice da solidariedade com a humanidade,
destinada à morte por causa do pecado. Cálice de sofrimento, de amargura e
tristeza, devido à violência, à injustiça e à maldade humanas. Cálice de dor e
de abandono, porque cálice de morte violenta. Cálice bebido num contexto de serviço
redentor da humanidade. Também estava reservado para Jesus um batismo. Não mais
de água, e sim, o de sangue a ser derramado na cruz. O batismo conclusivo do
sua missão, diferente do batismo simbólico no Jordão, no início de seu
ministério. Batismo em função dos pecadores a serem redimidos pela cruz. Nisto
consistia a glória de Jesus: servir como Servo sofredor, desprovido de
grandezas humanas, mas revestido da glória concedida pelo Pai ao Filho fiel. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
O
Evangelho de hoje começa por fazer um alerta: “aqueles que iam atrás estavam
com medo”, não precisa muita reflexão para entender que a nossa força está em
Jesus, quanto mais distantes estivermos dele, mais vulneráveis seremos. Seguir
Cristo implica em estar junto Dele, fazer parte da Igreja não é apenas
participar da glória, mas principalmente da dor, é partilhar com os irmãos seus
momentos de provação, é cantar louvores junto à comunidade, mas também
testemunhar a fé diante do mundo incrédulo, não nos preocupando com o
julgamento dos descrentes. Tiago e João esperavam de Jesus um lugar de honra,
queriam ser vistos como os mais queridos, os mais importantes, e assim agindo,
criaram um clima de revolta e desunião. A lição que nos é dada por Jesus
através deste incidente, é que todos somos iguais para Deus, que não existe
maior, nem menor. Deus nos trata da mesma forma, pois não serão nossos méritos
que contarão e sim a misericórdia do Pai, mas também deixa claro que a postura
do discípulo é a do serviço, e que faremos parte da sua glória, mas antes
precisamos participar do seu calvário. O Concilio Vaticano II lembra que a
Igreja não é movida pela “inveja”, e que nós “discípulos missionários”, devemos
testemunhar a Boa Nova, e que para dar sequencia a obra de Cristo precisamos
nos deixar conduzir pelo Espírito Santo. (Ricardo e Marta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo
Feitosa e Marta Lúcia
Crendo
e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica
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