Oração: Deus nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso Reino aos pobres e simples. Assim agraciastes a Bem-Aventurada Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: Fé profunda, Amor ao próximo e grande Sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma terna devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (pedir a graça). Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, é a primeira bem-aventurada negra do Brasil. Leiga, ela não pertencia a nenhuma ordem religiosa. Analfabeta, não lia a Bíblia, mas aplicava no dia a dia o amor ao próximo e a caridade, o que a fez ser conhecida como "Mãe dos Pobres".
Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, é a primeira bem-aventurada negra do Brasil. Leiga, ela não pertencia a nenhuma ordem religiosa. Analfabeta, não lia a Bíblia, mas aplicava no dia a dia o amor ao próximo e a caridade, o que a fez ser conhecida como "Mãe dos Pobres".
Nhá Chica nasceu em São João Del Rei (MG) mas viveu a maior
parte da sua vida em Baependi (MG), onde morreu no dia 14 de junho de 1895. Desde
então, os relatos de cura por intercessão de Nhá Chica são vários.
Ainda pequena Francisca de Paula de Jesus, que nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei (MG), chegou em Baependi (MG). Veio acompanhada por sua mãe e por seu irmão, Teotônio. Dentre os poucos pertences, trouxeram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Ainda pequena Francisca de Paula de Jesus, que nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei (MG), chegou em Baependi (MG). Veio acompanhada por sua mãe e por seu irmão, Teotônio. Dentre os poucos pertences, trouxeram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica
faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças,
Francisca de Paula de Jesus, com 10 anos e seu irmão, com então 12 anos. Órfãos
de mãe, sozinhos no mundo, Francisca de Paula e Teotônio, cresceram sob os
cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o
coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de "Minha Sinhá"
que quer dizer: "Minha Senhora", e nada fazia sem primeiro
consultá-la.
Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a
herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade
todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. Se
dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os
que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de
conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era
procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que
lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e
para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa", todavia em
resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu com tranquilidade:
"... É porque eu rezo com fé".
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que
pessoas de muito longe começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar
com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe
orações. A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas sextas
feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se
dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se
recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de
todos nós. Às Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma
particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente
como a uma amiga.
Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem
escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para
ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua
honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena
Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual,
rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem,
ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da
antiga Capela.
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação
das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da
Igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo
mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje a Associação Beneficente Nhá
Chica (ABNC) acolhe mais de 150 crianças entre meninas e meninos.
A "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado
por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição"
que acolhe peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos
fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para
agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no "Registro de
graças do Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas
por intercessão de Nhá Chica.
Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, estando com 87
anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por
ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um
misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume
foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por
Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de
Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação
do seu corpo. Os restos Mortais da Venerável se encontram hoje no mesmo lugar,
no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por
uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são
venerados pelos fiéis.
O milagre
O processo de beatificação começou em 1993, mas foi em 1995
que o processo ganhou um capítulo decisivo. Em julho daquele ano, a professora
Ana Lúcia Leite descobriu que tinha um problema congênito no coração. Na
véspera de fazer uma cirurgia, ela sentiu uma forte febre e exames posteriores
revelaram que o problema havia desaparecido. Ana Lúcia havia rezado a Nhá Chica
e considera que foi curada por intermédio dela.
Venerável
Em 1998, o provável milagre foi enviado ao Vaticano. Em
janeiro de 2011, o Papa Bento XVI aprovou as virtudes heroicas da religiosa e
designou o título de Venerável a Nhá Chica. Em outubro do mesmo ano, a comissão
médica da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre
atribuído a Nhá Chica, concordando que a cura não tem explicação científica. A
comissão de cardeais do Vaticano atestou o milagre em junho de 2012 e no mesmo
mês, o Papa Bento XVI assinou o decreto de beatificação de Nhá Chica.
Beatificação
Em 30 de abril de 2004, os bispos brasileiros reunidos na
42ª Assembleia Geral de Bispos do Brasil (CNBB) assinaram um documento pedindo
pela beatificação de Nhá Chica. O documento que reuniu 204 assinaturas de
Bispos de 25 estados brasileiros foi encaminhado pela Diocese de Campanha ao
então Papa João Paulo II.
No dia 8 de junho de 2010, no Vaticano, deram parecer
favorável às Virtudes da Serva de Deus Nhá Chica, e no dia 14 de janeiro de
2011, Papa Bento XVI aprovou as suas Virtudes Heroicas: castidade, obediência,
fé, pobreza, esperança, caridade, fortaleza, prudência, temperança, justiça e
humildade.
Em 14 de outubro de 2011 o Milagre foi reconhecido. A
comissão médica da Congregação das Causas dos Santos analisou o milagre
ocorrido por intercessão da Venerável Nhá Chica em favor da senhora Ana Lúcia.
Todos os 07 médicos deram voto favorável: a cura não tem explicação científica.
O Estudo do Milagre pela comissão de Cardeais da Santa Sé
aconteceu em 05 de junho de 2012. O Papa Bento XVI promulgou o Decreto da
Beatificação de Nhá Chica, sendo que a cerimônia oficial aconteceu no dia 04 de
maio de 2013, em Baependi.
Na ocasião, disse o arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo:
"A celebração dessa festa enriquece e perpetua o
tesouro de nossa fé católica, convidando cada um a inspirar-se neste exercício
de fé. É o mesmo percurso seguido pelos que ganharam a condição de patriarcas,
profetas, mártires, santos, amigos de Deus, cidadãos e cidadãs com as marcas da
eternidade, comprometidos com a vida e com a justiça. Esse exercício é o que,
pela fé, possibilita uma importante certeza: as coisas visíveis provêm daquilo
que não se vê.
Nhá Chica ofereceu seus sacrifícios sem lamúrias e os
converteu em oferendas agradáveis que se transformam em frutos de bem. Sua
simplicidade é transformada em sabedoria porque, como registra o referido
capítulo da Carta aos Hebreus, permite a compreensão de que sem a fé é
impossível agradar a Deus. Quem Dele se aproxima deve crer que Ele existe e
recompensa os que o procuram.
Na estatura simples de Nhá Chica, sua experiência de fé
tracejou como em Noé “o levar a sério” a promessa divina, a obediência amorosa
que impulsionou Abraão fazendo-o partir confiante para uma terra que deveria
receber como herança. Nela, pobre sem letras e sem poder, como em Sara, a
estéril, é manifestada a força do amor de Deus por uma admirável capacidade de
fazer o bem em vida e depois da morte.
Pela fé, Jacó se prostrou em adoração e Nhá Chica viveu
adorando, especialmente às sextas-feiras, tocada pelos sofrimentos redentores
de seu Senhor.
Pela fé, José relembrou, já no fim da vida, do êxodo dos
filhos de Israel e Nhá Chica continua lembrando-se de todos nós.
Também pelo caminho da fé, Moisés preferiu ser maltratado
com o povo de Deus e Nhá Chica escolheu ser conselheira e protetora daqueles
que são desafiados pelos sofrimentos. Sua beatificação ensina a todos nós que a
fé é o tesouro maior".
Fonte: Edições Paulinas - nhachica.org.br
Foto retirada da internet
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