O Cristo mediador perfeito de salvação é o Cristo vencedor
da morte. Para Lucas, a ressurreição do jovem de Naim (evangelho) é sinal da
chegada dos tempos messiânicos. Com esta finalidade constrói sua narrativa calcada
sobre o milagre de Elias (1ª leitura), mostrando, por uma série de
particularidades, a infinita superioridade de Jesus.
A reanimação do filho da
viúva é um sinal
Quando, no versículo 22 do mesmo capítulo, Jesus disser,
para definir a sua identidade: "os mortos ressuscitam", enunciará um
fato já acontecido. Esta esperança messiânica se baseava em Is 61,1; 55,5-6;
26,19. Neste contexto, o judaísmo previa, para o fim dos tempos e a inauguração
da era messiânica, em que o Messias teria curado todos os sofrimentos e
deficiências humanas, uma ressurreição geral dos filhos de Israel mortos
anteriormente, e esperava que Elias voltasse a terra para presidir a
inauguração desses tempos. Mas o milagre que Jesus faz, embora revele o domínio
sobre a morte, não é só um sinal, enquanto a reanimação de um cadáver é apenas
uma vitória momentânea; não é definitiva. A libertação total da morte e de todo
mal e, portanto, a "salvação definitiva da vida" é só a
"ressurreição de Jesus". A ressurreição de Jesus não é a reanimação
do corpo, mas uma "animação" nova, gloriosa, diferente daquela da
encarnação. É a entrada de Cristo numa condição de existência. A ressurreição
de Jesus é o ato divino por meio do qual Deus nos salva hoje e a humanidade
inteira na nossa existência humana. A salvação não está, pois, no homem como
tal ou na humanidade inteira, nem no seu desenvolvimento progressivo, ainda que
prolongado ao infinito.
É necessária uma "passagem", uma intervenção divina absolutamente nova; a passagem do homem em Deus, isto é, a páscoa do Cristo, que Deus mesmo realiza no seu Filho feito homem.
É necessária uma "passagem", uma intervenção divina absolutamente nova; a passagem do homem em Deus, isto é, a páscoa do Cristo, que Deus mesmo realiza no seu Filho feito homem.
Uma passagem do homem em Deus, que inclui o homem todo,
corpo e espírito, história e universo. Lucas, iluminando de luz pascal a
narrativa do milagre, diz: "O Senhor teve compaixão dela".
Cristo ressuscitado,
salvação do homem
Ora, Jesus é "Senhor" enquanto ressuscitado. Isto
significa que Jesus só se revelou plenamente Deus e plenamente homem na
ressurreição. A ressurreição, fazendo o Cristo penetrar totalmente no mundo do
Pai, aboliu para sempre os limites impostos quando assumiu o peso da existência
humana marcada pelo pecado, e assim retirou os véus que impediam de ver a sua
"glória". Além disso, com a sua morte-ressurreição se completou a
encarnação; a dimensão humana de Jesus é agora total, e assim a tradução do
Filho em termos humanos chegou à sua perfeição, isto é, o Filho se tornou
plenamente homem e o homem se tornou plenamente Filho.
Crer na ressurreição significa, então, crer também que a
filiação divinizante e a libertação do pecado já são uma realidade, são Jesus
Ressuscitado, que leva todo homem que se abandona sinceramente a ele, à plena
comunhão filial-trinitária com o Pai.
Este é também o evangelho de Paulo. Ele anuncia o que
"viu", Cristo ressuscitado. A experiência do Ressuscitado está na
raiz da sua vocação, em sua missão (2ª leitura).
Em Cristo, o futuro já é
presente
Hoje ainda é válida a interrogação: Cristo é apenas o
precursor de um reino futuro, o arauto de uma ética ainda a definir, ou já é o
reino, em sua pessoa?
Os primeiros cristãos resistiram à tentação de reduzir Jesus
ao papel de um novo Elias e transferiram esse paralelo para João Batista. Nós
também, hoje, não devemos aceitar que Jesus seja reduzido a simples precursor
de uma humanidade renovada; ele já é essa humanidade. Nele o futuro já é
presente. Contemplando o mundo, esse teatro imenso onde se desenrola a ação
maravilhosa do homem, temos alternadamente a sensação de um gigantesco e
assustador vazio, ou de uma realidade absoluta e consoladora. Depende de como o
encaramos; se olhamos com os olhos da fé na ressurreição, isto é, da fé em que
o mundo e a história estão salvos para sempre do esvaziamento do não ser,
permanecemos confiantes porque a nossa história é, no tempo, a história da
morte e ressurreição de Jesus.
A humanidade tem diante de si não o nada sem fim, mas a vida
em plenitude sem fim. Cristo ressuscitado é o futuro do homem.
•
Primeira Leitura: Primeiro
Livro dos Reis 17,17-24
•
Salmo: 29(30),2.4.5-6.11.12a.13b
(R.2a.4b)
•
Segunda Leitura: Carta
de São Paulo aos Gálatas 1,11-19
•
Evangelho: Lucas
7,11-17
Fonte:
Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet
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