11ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio Comum ou dos Pastores
- Ofício da Memória
Cor: Branco - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo 23,5-6 Estes são os
santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador.
É a geração dos que buscam a Deus.
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que destes Santo Antônio ao vosso
povo como insigne pregador e intercessor em todas as necessidades, fazei-nos,
por seu auxílio, seguir os ensinamentos da vida cristã e sentir a vossa ajuda
em todas as provações. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Primeiro Livro dos
Reis 21,1-16
Naquele tempo, Nabot de Jezrael possuía uma vinha em Jezrael,
ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria. Acab falou a Nabot: “Cede-me a tua
vinha, para que eu a transforme numa horta, pois está perto da minha casa. Em
troca eu te darei uma vinha melhor, ou, se preferires, pagarei em dinheiro o
seu valor”. Mas Nabot respondeu a Acab: “O Senhor me livre de te ceder a
herança de meus pais”.
Acab voltou para casa aborrecido e irritado por causa desta
resposta que lhe deu Nabot de Jezrael: “Não te cederei a herança de meus pais”.
Deitou-se na cama, com o rosto voltado para a parede, e não quis comer nada. Sua
mulher Jezabel aproximou-se dele e disse-lhe: “Por que estás triste e não
queres comer?” Ele respondeu: “Porque eu conversei com Nabot de Jezrael e lhe fiz
a proposta de me ceder a sua vinha pelo seu preço em dinheiro, ou, se
preferisse, eu lhe daria em troca outra vinha. Mas ele respondeu que não me
cede a vinha”. Então sua mulher Jezabel disse-lhe: “Bela figura de rei de
Israel estás fazendo! Levanta-te, toma alimento e fica de bom humor, pois eu te
darei a vinha de Nabot de Jezrael”.
Ela escreveu então cartas em nome de Acab, selou-as com o
selo real, e enviou-as aos anciãos e nobres da cidade de Nabot. Nas cartas
estava escrito o seguinte: “Proclamai um jejum e fazei Nabot sentar-se entre os
primeiros do povo, e subornai dois homens perversos contra ele, que deem este
testemunho: ‘Tu amaldiçoaste a Deus e ao rei!’ Levai-o depois para fora e
apedrejai-o até que morra”.
Os homens da cidade, anciãos e nobres concidadãos de Nabot,
fizeram conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava escrito nas cartas
que lhes tinha enviado. Proclamaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se entre os
primeiros do povo. Chegaram os dois homens perversos, sentaram-se diante dele e
testemunharam contra Nabot diante de toda a assembleia, dizendo: “Nabot
amaldiçoou a Deus e ao rei”. Em virtude disto, levaram-no para fora da cidade e
mataram-no a pedradas. Depois mandaram a notícia a Jezabel: “Nabot foi apedrejado
e morto”. Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto, Jezabel
disse a Acab: “Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não te
quis ceder por seu preço em dinheiro; pois Nabot já não vive; está morto”. Quando
Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot
de Jezrael e dela tomar posse. - Palavra do Senhor.
Comentário: Eis um texto que poderia
também ser um episódio de crônica negra dos nossos dias. Como todo fato de
crônica, presta-se a diversos níveis de leitura e reação. É fácil indignar-se e
tirar motivo para uma descarga de nossa agressividade. Condenamos os
personagens em causa, mantendo uma desdenhosa distância deles. É uma indignação
que pouco custa. A raiz do mal – de qualquer mal – tem uma ponta que afunda
exatamente em mim, no meu egoísmo permissivo. Acab e Jezabel estão também em
mim. Saberei dar-lhes um nome? Também Nabot está em mim, naturalmente. Pode-se
ler o fato na clave “sociedade indivíduos”. Emerge então o acúmulo de
necessidades fictícias, de pseudonecessidades de nossa sociedade de consumo,
que alimentam uma insaciável avidez. A palavra de Deus não nos chama,
entretanto, a uma estéril condenação genérica. Devemos dar uma fisionomia
concreta, atual, em nossa vida, a essas falsas necessidades. Pode-se ler também
o episódio na linha do binômio “ricos-pobres” (nações, regiões, grupos,
pessoas). O episódio assume então os contornos de uma poderosa parábola
econômica de justiça social, e reflete também a motivação “tradicionalística”
de Nabot, fácil de caricaturar. (Missal Cotidiano)
Salmo: 5, 2-3. 5-6. 7 (R.
2b)
Atendei
o meu gemido, ó Senhor!
Escutai, ó Senhor
Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido! Ficai atento ao clamor da minha
prece, ó meu Rei e meu Senhor!
Não sois um Deus a
quem agrade a iniquidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios poderão
permanecer perante os vossos olhos.
Detestais o que
pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário,
o perverso e enganador.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Mateus 5,38-42
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: “Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu,
porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá
um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir
um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar
a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não
vires as costas a quem te pede emprestado”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Os
critérios humanos não são suficientes para resolver os problemas da própria
humanidade, principalmente os que estão relacionados com a justiça, pois a
justiça dos homens não tem como centro a pessoa humana, mas sim o que elas têm
ou deixam de possuir. Os bens são comparáveis entre si, mas as pessoas não,
pois cada uma é um ser único, incomparável na sua dignidade. Além disso, os
elementos que estão presentes em um relacionamento são por demais complexos
para serem abrangidos na sua totalidade a partir de categorias do conhecimento
humano, uma vez que a própria razão é insuficiente para a compreensão do ser
humano. Jesus nos mostra que somente o amor e a misericórdia possibilitam
superar essas deficiências e construir um relacionamento justo e fraterno.
(CNBB)
O
discípulo do Reino não pode contentar-se com a prática de retribuir olho por
olho e dente por dente. Ele se caracteriza pela capacidade de, com firmeza,
quebrar a espiral de violência através de atitudes chocantes, até mesmo, para
seu agressor. Não é fácil imaginar alguém oferecendo a face esquerda para ser
esbofeteada quando já se recebeu um bofetão na direita. Do mesmo modo, alguém
que pretenda extorquir uma túnica, em juízo, e ver o lesado oferecer-lhe também
o manto. Ou, então, quem é obrigado a fazer companhia a alguém, numa longa
caminhada, para protegê-lo dos assaltos, mostrar-se disposto a caminhar o
dobro. Estas atitudes são, à primeira vista, insensatas e injustificáveis. Mas,
são normas de conduta para o discípulo. Que finalidade teriam? Jesus não estava
pregando uma espiritualidade da humilhação e do sofrimento. Não lhe interessava
ver o discípulo humilhado. O gesto proposto visava converter o agressor para o
Reino. Mostrar-lhe que é possível viver sem violência. Abrir-lhe os olhos para
a possibilidade de se relacionar com o próximo sem transformá-lo em objeto de
seu ódio e estabelecer relações verdadeiramente fraternas e amistosas. A
não-violência do discípulo do Reino, portanto, é vivida de forma positiva e
construtiva. O Reino vai se construindo onde a violência dá lugar ao amor. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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