12ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo 27,8-9 O Senhor é a
força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso
povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos.
Oração do Dia: Senhor, nosso
Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de
conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro das
Lamentações 2,2.10-14.18-19
O Senhor destruiu sem piedade todos os campos de Jacó; em
sua ira deitou abaixo as fortificações da cidade de Judá; lançou por terra,
aviltou a realeza e seus príncipes. Sentados no chão, em silêncio, os anciãos
da cidade de Sião espalharam cinza na cabeça, vestiram-se de saco; as jovens de
Jerusalém inclinaram a cabeça para o chão.
Meus olhos estão machucados de lágrimas, fervem minhas
entranhas; derrama-se por terra o meu fel diante da arruinada cidade de meu
povo, vendo desfalecerem tantas crianças pelas ruas da cidade. Elas pedem às
mães: “O trigo e o vinho, onde estão?” E vão caindo como derrubadas pela morte
nas ruas da cidade, até expirarem no colo das mães. Com quem te posso comparar,
ou a quem te posso assemelhar, ó cidade de Jerusalém? A quem te igualarei, para
te consolar, ó cidade de Sião? Grande como o mar é tua aflição; quem poderá
curar-te?
Teus profetas te fizeram ver imagens falsas e insensatas,
não puseram a descoberto a tua malícia, para tentar mudar a tua sorte; ao
contrário, deram-te oráculos mentirosos e atraentes. Grite o teu coração ao
Senhor, em favor dos muros da cidade de Sião; deixa correr uma torrente de
lágrimas, de dia e de noite. Não te concedas repouso, não cessem de chorar as
pupilas de teus olhos. Levanta-te, chora na calada da noite, no início das
vigílias, derrama o teu coração, como água, diante do Senhor; ergue as mãos
para ele, pela vida de teus pequeninos, que desfalecem de fome em todas as
encruzilhadas. - Palavra do Senhor.
Comentário: O pano de fundo deste quadro
dramático é o contraste entre falsa esperança e esperança autêntica. A
primeira, objeto da pregação dos falsos profetas, baseava-se na lisonja. É
fácil seguir a corrente e embalar a ilusão popular numa segurança humana em que
tudo "se explica", e as soluções mirabolantes estão ao alcance de um
vago povo. A verdadeira esperança, vinda de Deus, é uma atitude muito realista,
que não tem medo de dar às situações seu verdadeiro nome e tem sempre Deus como
fator principal. Não tem medo de rever as próprias posições e mudar o que deve
ser mudado. Na hora do silêncio de Deus (para o enorme fracasso do homem), o
autor convida a “compreender” a dor como momento do encontro com o Senhor na
história. Desfeitas as pequeninas esperanças, estamos disponíveis a um encontro
com o Deus da verdadeira esperança. A esperança cristã não é resignação,
ilusão, falsa segurança, otimismo ingênuo.
Leva-nos a lutar por um mundo melhor, que esse mundo não é uma ilusão
que se deve substituir à dura realidade bem conhecida, porém é algo mais “real”
ainda, porque já iniciado em Cristo, no “reino de Deus, presente entre vós”. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 73,1-2. 3-4. 5-7.
20-21 (R. 19b)
Não
esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
Ó Senhor, por que
razão nos rejeitastes para sempre e vos irais contra as ovelhas do rebanho que
guiais? Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, desta tribo que
remistes para ser a vossa herança, e do monte de Sião que escolhestes por
morada!
Dirigi-vos até lá
para ver quanta ruína: no santuário o inimigo destruiu todas as coisas; e,
rugindo como feras, no local das grandes festas, lá puseram suas bandeiras
vossos ímpios inimigos.
Pareciam lenhadores
derrubando uma floresta, ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos. Ó
Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! Rebaixaram, profanaram o lugar
onde habitais!
Recordai vossa
Aliança! A medida transbordou, porque nos antros desta terra só existe
violência! Que não se escondam envergonhados o humilde e o pequeno, mas glorifiquem
vosso nome o infeliz e o indigente!
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Mateus 8,5-17
Naquele tempo, quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial
romano aproximou-se dele, suplicando: “Senhor, o meu empregado está de cama, lá
em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. Jesus respondeu: “Vou
curá-lo”. O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres
em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. Pois eu também sou subordinado e tenho soldados
sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele
vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”.
Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o
seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse
tanta fé. Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, se sentarão à
mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os herdeiros
do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de
dentes”.
Então, Jesus disse ao oficial:
“Vai! E seja feito como tu creste”. E, naquela mesma hora, o empregado ficou
curado. Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre.
Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. Quando
caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele
expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, para que se
cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ele tomou as nossas dores e
carregou as nossas enfermidades”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Ele
tomou as nossas dores e carregou sobre si as nossas enfermidades. Jesus é
solidário com todos os que sofrem e é sempre uma presença de amor em suas
vidas. A sua presença manifesta o amor que Deus tem pelo gênero humano. Quem
tem fé verdadeira é sempre capaz de ver a presença de Jesus na sua própria
vida, principalmente nos momentos de sofrimento e de dor, e sente os efeitos
dessa presença amorosa. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que manifesta
a todos os que sofrem esta presença e esta solidariedade de Jesus, e o faz
através do serviço, ou seja, tornando-se ele próprio uma extensão do braço
amoroso de Jesus que atua nos momentos difíceis da vida de todos. (CNBB)
Um
traço característico da ação de Jesus foi a sua solidariedade com os pobres e
sofredores. O Evangelho recorre à figura do Servo de Javé, descrita por Isaías,
para compreender este aspecto do ser de Jesus. Referindo-se a este Servo, o
profeta constatava: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e assumiu
nossas doenças". Tomou o lugar dos sofredores, aceitando expiar-lhes as
culpas e pecados, já que a doença era interpretada como uma forma de punição
divina devida a alguma ofensa feita a Deus. A isto se dá o nome de sacrifício
vicário. A ação de Jesus espelha-se na solidariedade do Servo. Existe, porém,
uma diferença entre ambos. Jesus cuidou de eliminar tudo quanto massacrava o
ser humano, privando-o de sua dignidade. Sua ação libertadora visava restaurar
a humanidade, oprimida pelas doenças e enfermidades, e seus respectivos
preconceitos, em suma, o ser humano oprimido pelo mal. Assim, a ação de Jesus
foi mais efetiva do que o sacrifício vicário do Servo. A solidariedade do
Mestre colocou-o em contato com toda sorte de pessoas atribuladas: o soldado
romano, a cuja casa predispôs-se a ir, para curar-lhe o servo, embora ambos
fossem pagãos; a sogra de Pedro, cuja mão tocou, para curá-la da febre, embora
o preconceito dos rabinos contra as mulheres impedisse um tal gesto; os
possessos, endemoninhados e enfermos, aos quais curou com uma palavra cheia de
poder. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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